Portugal –
Turquia (1-3)
Depois de um empate (0-0) e de uma
paupérrima exibição frente à frágil selecção da Macedónia, os adeptos
portugueses deram uma segunda oportunidade aos comandados de Paulo Bento e
encheram por completo as bancadas do Estádio da Luz.
Portugal entrou em campo com vontade
de apagar a má imagem deixada em Leiria, mas à medida que o sol ia
desaparecendo no horizonte lisboeta, a velocidade e técnica da seleção
portuguesa também se ia desvanecendo.
Aos 30 minutos, o espetáculo e raça
do conjunto português desapareceu por completo e a Turquia começou a sonhar num
bom resultado no Estádio da Luz, o que seria uma surpresa total a poucos dias
do início do Euro’2012.
Pouco depois, o sonho tornou-se
realidade com o golo de Bulut, que aproveitou um excelente cruzamento de
Altintop e uma passividade enorme de Bruno Alves, Rui Patrício (que ficam a falar
um com o outro sem atacarem a bola) e Fábio Coentrão (que foi facilmente batido
em velocidade).
Com cerca de 10 minutos para se
jogar até ao intervalo, a seleção portuguesa ainda esboçou uma ténue reação,
mas sem qualquer resultado prático, o que deixou os adeptos (e o treinador
Paulo Bento) verdadeiramente preocupados, vaiando os jogadores quando estes
começaram a abandonar o relvado para cumprir o habitual tempo de descanso.
No início da segunda parte, Portugal
também entrou bem, mas sem o ímpeto da primeira parte, permitindo que os turcos
se organizassem na defesa, segurando a magra mas preciosa vantagem.
Aos 52 minutos, Miguel Veloso e
Bruno Alves desentendem-se perto da grande área de Portugal, e Bulut aproveita
para roubar a bola, partir em direção à baliza de Rui Patrício e rematar para o
fundo das redes do guardião português, deixando o Estádio da Luz em completo
silêncio.
Pouco depois, o mesmo Bulut
aproveitou uma autêntica auto estrada deixada em aberto pela defensiva
portuguesa e já dentro da grande área contrária atirou forte e colocado, mas a
bola saiu a rasar o poste, deixando Rui Patrício e Paulo Bento bastante
aliviados.
O guardião e o técnico português
começaram a respirar melhor logo depois do “susto” provocado pelo jogador
turco, pois Nani resolve fazer uma das suas jogadas “à Manchester United” e
marcar o golo de Portugal, depois de um belo lance iniciado por Fábio Coentrão
e desenvolvido por Cristiano Ronaldo.
Aos 65 minutos, e depois de uma bela
jogada de Miguel Lopes, o defesa português cai no relvado e o árbitro assinala
grande penalidade, por uma alegada falta de Emre. O juiz da partida mostra
cartão amarelo ao defesa turco, que protesta fortemente, dizendo que não
cometeu qualquer falta. Apesar de haver um toque de Emre nas pernas de Miguel
Lopes, parece-nos que a queda do lateral português é muito forçada, no entanto
temos que dar o benefício da dúvida ao árbitro, pois segundo as regras da FIFA
em caso de dúvida deve-se beneficiar a equipa que ataca.
Na marcação do castigo máximo,
Cristiano Ronaldo tentou colocar a bola, em jeito, junto ao poste esquerdo da
baliza de Demirel, mas o guardião turco percebeu a tempo os intentos do médio
português e atirou-se em voo para a bola, impedindo que esta “beijasse”, mais
uma vez, as suas redes.
A partir daqui, o jogo começou a
perder alguma identidade própria, devido ao elevado número de substituições
realizadas pelos dois técnicos, que queriam ver em ação todos os convocados
para tirarem algumas ideias.
Só nos últimos minutos é que se
voltou a viver alguma emoção no Estádio da Luz, pois Portugal atacava
ferozmente e com perigo, e a Turquia respondia com remates ao poste e à
“figura” de Rui Patrício (até aos 81 minutos) e de Eduardo (nos derradeiros 10
minutos).
A 2 minutos do fim, o avançado
Selcuk Inan avança pela ala direita do ataque turco e cruza para a grande área,
onde aparece Pepe a rematar contra Ricardo Costa, e o defesa do Valência a
retribuir com um toque subtil para o defensor do Real Madrid, que se atrapalha
com a bola e deixa-a escapar para dentro da baliza, perante a complacência de
Eduardo, que não foi em auxílio dos seus companheiros.
Até ao apito final do árbitro suíço
Stephan Studer, ouviram-se bastantes assobios e assistiu-se à debandada
generalizada da maior parte dos adeptos, mesmo com o “skipper” do estádio
pedindo a todos que permanecessem nos seus lugares para assistirem a uma
pequena surpresa preparada para saudar todos os jogadores (“A Portuguesa” foi
“tocada ao vivo” por dezenas de “i-pads“).
A exibição dos jogadores portugueses
melhorou em relação ao jogo com a Macedónia, viu-se outra atitude, alguns bons
lances, mas também muita atrapalhação e muita “termideira”, o que não deixa augurar
nada de bom para a seleção portuguesa no Euro’2012, que começa já na próxima 6ª
Feira.
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